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  • Foto do escritorClube Regatas Guanabara

Regata: velocidade e preparação

Velejadores de tope sabem que o tempo bem utilizado antes da 1ª saída do dia facilita muito adquirir boas classificações. Abaixo, a receita de bolo para te garantir que esteja ajustado ao máximo de velocidade e pronto para a regata.

Se você regularmente se encontra despreparado ou atrasado para a saída, motive-se e chegue na área da regata 1 hora antes o aviso de atenção. Quanto mais dados adquirir antes da saída, melhor será sua saída.

Uma vez na área da regata, existem três pontos essenciais em que é preciso focar: ter certeza que está andando rápido, bem regulado para a situação, tentar mapear o vento e pesquisar a linha de saída.

Passo 1: Coletar dados do vento


Skip White, técnico de 470, por muitos anos frequentemente dizia que todo dia tem diferentes "ondas" de grupos de ajuste. Os melhores saem cedo fazem um contravento antes daqueles meios-de-flotilha chegarem. Se você quer vencer, deve sair cedo e juntar-se ao 1º grupo. Enquanto veleja no contravento a tripulação fica de olho nos ajustes de velocidade enquanto o tático tenta sacar o padrão do vento.

A chave é olhar pra bussola e determinar a faixa das proas em cada bordo. Por exemplo, com retranca a esquerda pode estar velejando entre 220 e 240 graus, e no outro bordo deve estar entre 310 a 330. O vento esta rondando até 20 graus. Quando deve tentar determinar o tempo das rondadas. Não é uma ciência exata porque o vento varia muito, mas uma vez que você sentiu o padrão vai ajudar nas tomadas de decisões fundamentadas durante a regata.


Uma vez entendido o padrão, anote a direção real do vento encontrando; a media de todas suas proas. Nesse caso é 275 graus. O tático deve estar olhando em volta procurando por outros importantes fatores táticos, como correntes/marés, potencial das rondadas geográficas e variações das condições de vento na área da regata.


Passo 2: Encontre seus melhores ajustes


Quando velejar junto com os demais, compare sua orça em relação aos outros e velocidade. Em geral , se está apontando bem, mas com pouca velocidade, achate suas velas. Se tiver velocidade, mas pouca orça, encha (engorde) as velas e aperte a valuma, especialmente o grande.


Se estiver com pouca orça e velocidade, alguma ou varias coisas estão desajustadas. Certifique-se que seus ajustes estão de acordo com o padrão da veleira, experimente diferentes regulagens e procure saber quais são as regulagens daqueles que estão te vencendo.

Uma vez que o 1º grupo chegou no topo do percurso, é hora dos ventos folgados. Se chegou a conclusão que precisa mudar algo, essa é a hora. Enquanto estiver indo no popa, teste diferentes ângulos e técnicas tentando perceber qual a mais veloz para as condições presentes. Quando estiver na metade do popa, comece a procurar pela 2ª onda de barcos testando o contravento, junte-se a eles. É hora de testar o que observou antes e continue olhando a bussola e olhando em volta.

De novo de volta ao curso na 2ª perna, você deve estar muito mais confortável com sua velocidade e os padrões do vento. Se estiver num barco de escora , essa pré regata de ajuste também auxilia seu corpo a ficar aquecido e pronto para a ação. Os vantagens de ajustar antes da regata permite ganhar confiança na regulagem e na velocidade, te liberando para olhar em volta durante a regata.

Velejadores despreparados desperdiçam muita energia com a cabeça tentando fazer o barco andar mais rápido, o resultado é uma tática sofrível.


Passo 3: Pesquisar a linha de saída


Uma vez que velejou duas vezes e coletou dados de proas, correntes e diferenças de pressão no vento, é hora de dar um tempo. Beber água, comer o lanche e fazer qualquer ajuste final necessário. É boa hora também de processar as informações colhidas e começar a fazer seu plano de ação. Se chegou na área uma hora antes da saída, deve ter cerca de 15 minutos de folga. Comece monitorar a Comissão de Regatas, CR.

Assim que a CR fixar a linha, de volta aos trabalhos. É importante fazer mais pesquisa de linha do que pensa ser necessário. Compreender de verdade a “caixa de saída”, como os match racers a chamam. A caixa de saída é definida pelos dois laylines, da boia e da CR e a linha por delas alinhadas.

Para pegar a visada da linha, veleje de um ponto do lado deixando a CR pela popa em direção a boia você procura o seu ponto em terra, um prédio, montanha, arvore por exemplo, alinhado com as duas marcas.


Corra, então, a linha usando a visada para avaliar o que é certo. Quanto maior o comprimento, maior a ilusão que você esta no curso correto e não esta. Isso é mais frequente no meio (Paul Elvström, disse, que por causa dessa ilusão, quando sai no meio da linha, ele se adianta um meio barco). Se acostumar a estar na linha e confiar no ponto em terra. Se não houver pontos de referencia use a bussola para correr a linha. Encontre a direção do vento aproando numa das extremidades, dentro das linhas, aproe então ao outro ponto da linha para encontrar sua direção, o rumo. Corra a linha atento ao rumo bussola e mantenha-se na linha. Corra a linha três vezes , olhando para proa e popa varias vezes o tempo todo. Fixando o ponto.

Durante uma das passagens, marque o tempo de duração de um ponto ao outro. Isso vai te auxiliar nos momentos finais. É uma boa tarefa para o proeiro com pouco a fazer.

Depois vá para os laylines da CR e boia. Você deve começar dentro deles, da caixa de saída, e se você sair próximo a uma das pontas, os laylines são parte importantes da sua estratégia. Para fixá-los, coloque-se alguma distancia abaixo da CR (de 30 a 40 segundos) e na orça máxima percorra o layline ou aquilo que você crê ser o layline, faça o mesmo no layline da bóia. São os “tiros de arrancada” e se estiver fora, faça de novo.

Velejadores top de match race checam os laylines de saída varias vezes antes dos procedimentos, especialmente aqueles no ponto onde pretendem sair. Isso exercita a pratica da saída e o que fazer nos últimos segundos antes da saída. Mais, cada vez que você aponta na orça máxima, permite que você cheque o vento comparando com o ângulo da bussola. Quanto mais mudar, mais benefícios você pode ter.

Durante a sua pesquisa da linha de saída, ponha a proa no vento varias vezes para checar se há inclinação na linha e para verificar a direção real do vento. Testemunhei em campeonato recente entre campeões que Jud Smith (?) fez isso mais que qualquer um que já tenha visto. Jud e sua filha Lindsay venceram a regata de abertura e as duas primeiras do campeonato e eles deram mais “tiros” no layline que todos antes de cada saída.


Passo 4: Recheque antes da contagem regressiva


Agora que você completou sua pesquisa, deve ter bastante entendimento de como funciona a “caixa de saída” . De uma pequena orçada para ver se alguma coisa mudou. Verifique sua bussola de novo e tenha certeza que sente o barco confortável para as atuais condições. Quando aproar no contravento, observe seu ângulo em relação a linha. Visualize como a flotilha vai ficar depois da saída naquele ângulo e adicione isso no seu plano final de ação. Seu ângulo de saída da linha deve corresponder ao lado favorável pesquisado. Se não coincidir é porque ou rondou o vento ou a CR mexeu na linha.

Você colheu um monte de informações e ajustou seu barco para as condições presentes. Agora é hora de finalizar o plano de ação e fazer uma grande largada.



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